Tarde Azul, o Universo Amoroso de Julio/Saúl Dias :: Exposições
Mais Informações:
Museu Francisco Tavares Proença Jr., Castelo Branco
Local: Castelo Branco - Castelo Branco
DATA: de SAB 25-11-2023 a DOM 07-04-2024
Nesta mostra, reúnem-se alguns do melhores desenhos, aguarelas e pinturas de temática amorosa de Julio, com a componente narrativa que o próprio autor reconheceu existir no seu trabalho, em diálogo com a poesia de Saúl Dias, numa simbiose das vertentes pintura e poesia, que dão forma ao universo do artista considerado como o expoente do lirismo do século XX em Portugal.
De desenho para desenho e no conjunto das suas pinturas representadas “pode verificar-se como na obra de Julio a figura feminina tem um papel central, sobretudo no contexto do envolvimento amoroso de que é protagonista, juntamente com o jovem poeta que vai envelhecendo ao correr das décadas, sem que ela perca a sua juventude e a sua beleza. Por milagre da evocação e da poesia que eterniza o amor que ela soube despertar com a atmosfera que a este se liga, a de uma eterna Primavera”. Justamente a atmosfera da Tarde Azul, que a presente exposição pretende evocar.
A mostra tem como destaque alguns aspetos originais e inéditos que importa realçar: o diálogo da arte contemporânea com as artes tradicionais, representadas por uma Tapeçaria de Portalegre realizada sobre uma aguarela da “série Poeta” de Julio, pela primeira vez exposta, e por uma Colcha de Castelo Branco, presente em fundo, na reconstituição do atelier do artista onde se encontrava, e estabelecendo o vínculo da sua estética com a cidade que acolhe a exposição. A lembrar que Castelo Branco foi recentemente distinguida por causa das suas colchas, como “cidade criativa da Unesco”.
No contexto de uma mostra bibliográfica da coleção particular do poeta Gonçalo Salvado, serão expostas as primeiras e raras edições da poesia de Saul Dias, com destaque para aquela que o artista dedicou a seus Pais.
Um aspeto ainda a destacar é a ênfase para o tema do “nu feminino” com grande tradição na arte ocidental e recorrente na obra de Julio, pela primeira vez reunido numa perspetiva cronológica.
Por outro lado, “será pela primeira vez exposto, com merecido destaque”, o desenho de Julio que ilustrou a capa da Obra Poética de Saúl Dias, distinguida ex aequo com António Ramos Rosa em 1980 com o Prémio da Crítica Literária.